sábado, 25 de maio de 2013

CHEVROLET SONIC LTZ 1.6 16V FLEX

Chevrolet Sonic

Foi de repente: o Sonic, previsto para o fim de 2012, chegará às lojas em junho. E atacará em bando, com carrocerias hatch e sedã, versões LT e LTZ e câmbios manual e automático. Nos Estados Unidos, o Sonic tem a missão de convencer o público acostumado com picapes, SUVs e sedãs gigantes e beberrões às vantagens de um modelo mais compacto e econômico. Mas no Brasil, paraíso dos populares que só agora começa a olhar para os modelos com mais motor e equipamentos, o Sonic segue no sentido oposto. Aqui, ele será vendido como compacto premium.

Na apresentação do Sonic, o diretor de marketing Gustavo Colossi disse: "O carro vendido no Brasil virá da fábrica de Bupyong-Gu, na Coreia do Sul. Os preços do hatch ficarão entre 48 500 e 59 000 reais e os do sedã, entre 51 500 e 62 000 reais". Mas uma fonte ligada à marca explica melhor os planos para o carro no Brasil: "Até o fim de 2012, o Sonic passará a vir do México. Mas, diferente da Fiat, que fez uma drástica redução de preço ao deixar de trazer o 500 da Polônia para importá-lo do México, a GM não vai alterar a tabela do Sonic. A estratégia de preço está definida e será mantida". Conclusão: a menos que o modelo coreano esteja sendo subsidiado nessa fase inicial, a marca terá condições de vender o Sonic mexicano mais barato num futuro próximo, mas não é o que pretende fazer.

Uma rápida pesquisa com as concessionárias revelou um preço mais em conta que a "estimativa oficial". De acordo com a rede, o hatch deverá ficar entre 47 000 e 57 500 reais, enquanto o sedã custará, na versão topo de linha, 60 000 reais. Nas duas carrocerias, as versões LT só poderão ser equipadas com câmbio manual. A caixa automática será opcional apenas na LTZ. Desde a LT, o pacote de equipamentos é farto, com ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, airbag duplo, ABS e rodas de liga leve aro 15.A LTZ acrescenta sensor de estacionamento, faróis de neblina, comandos do som no volante, rodas de liga leve aro 16 e detalhes como apliques cromados nas maçanetas internas e apoio de braço entre os bancos dianteiros.

Se nos Estados Unidos o Sonic é a aposta da marca para despertar no consumidor o gosto por carros econômicos, é bom que o modelo 1.6 16V flex de 120/116 cv não dê as caras por lá. O quatro-cilindros é repleto de recursos como duplo comando de válvulas variável e coletor de admissão com comprimento de dutos também variável. No campo de provas da GM, em Indaiatuba (SP), testamos um hatch com câmbio manual e um sedã automático, ambos LTZ. E os dois decepcionaram. Hatch e sedã aceleraram de 0 a 100 km/h em, respectivamente, 11,2 e 11,4 segundos e registraram consumo urba- no de 7 km/l (ambos) e rodoviário de 9,5 e 9,2 km/l. O New Fiesta hatch (também 1.6 16V flex), testado em outubro de 2011, apontou 11,2 segundos no 0 a 100 km/h, 8,2 km/l na cidade e 11 km/l na estrada.

Montado sobre a plataforma do Cobalt, mas com entre-eixos encurtado de 2,62 para 2,53 metros, o Sonic é agradável de dirigir. A calibração do acelerador eletrônico prioriza a pronta resposta: um toque no pedal da direita e o ponteiro do conta-giros se move quase que instantaneamente. O melhor de tudo é que esse ajuste não prejudicou o conforto. Simulando o anda e para do trânsito urbano, o hatch se mostrou dócil, comprovando o bom trabalho da engenharia local. A direção tem assistência hidráulica, enquanto os rivais Fit e Fiesta têm auxílio elétrico, mais adequado com o segmento premium. Diferente do Agile, o Sonic tem pedais, volante, banco e painel bem alinhados. As suspensões estão adaptadas ao nosso asfalto castigado. Na pista de tortura, nada de pancadas secas: em nenhum momento os amortecedores acusaram fim de curso. Molas e buchas de bandeja trabalharam em silêncio.

Olho no Lancer 

A grade bipartida imprime o face-family Chevrolet, mas os faróis fogem do convencional. Pisca e projetores têm lente própria, de policarbonato. "Sem lente envolvendo o conjunto, a dianteira ganha um efeito 3D", diz Dagoberto Tribia, diretor de design. De frente, é impossível não notar a forte semelhança do Sonic com o Mitsubishi Lancer. Na traseira, as lanternas seguem o mesmo conceito 3D.As maçanetas de trás ficam camufladas em uma moldura preta junto à coluna C, o que ajuda a disfarçar o reduzido tamanho da porta.

Se por fora os faróis são o destaque, por dentro é o quadro de instrumentos que salta aos olhos. Pequeno e também sem redoma de proteção, parece flutuar atrás do volante. O layout, inspirado nos painéis de motocicletas, prioriza o conta-giros (analógico) e o velocímetro (digital) - as informações do computador de bordo são mais discretas. Diversas luzes-espia alertam o piloto em caso de anomalia - superaquecimento, por exemplo. À frente do passageiro, um porta-luvas bipartido guarda, no andar superior, as entradas especiais (auxiliar e USB) do sistema de som. O plástico do painel, apesar de rígido, parece de qualidade: é agradável aos olhos e ao toque e se integra perfeitamente com as portas.

Espaçoso para os ocupantes da frente e apertado atrás, o hatch, que tem as mesmas proporções do New Fiesta, surpreendeu ao chegar antes do previsto. Pena que, na pista, a surpresa tenha sido proporcionalmente negativa.

Sonic Sedan LTZ 1.6 16V

O Sonic na versão sedã é assumidamente
um modelo criado para consumidores mais conservadores. "Destinado especialmente às famílias jovens", dizem os executivos da marca. Externamente, saem as lanternas 3D e entram as convencionais - no formato, com lente inteiriça,
e no layout. Na cabine, a reduzida altura do assento do banco traseiro ao teto - 87,9 cm, de acordo com a GM - decepciona. A medida representa uma desvantagem de 8,9 cm em relação ao Sonic hatch e de 6,1 cm na comparação com Honda City e Ford New Fiesta Sedan (ambos com 94 cm).

Quando o assunto é capacidade do porta-malas,
o Sonic Sedan se mostra mais competitivo. Com volume de 477 litros, ele revela uma vantagem de 212 litros em relação ao hatch e de 37 litros sobre
o New Fiesta Sedan (com 440 litros). No embate
com o City (504 litros), o Sonic fica devendo 27 litros.

Uma larga faixa negra no alto do vidro traseiro protege a cabeça dos ocupantes dos raios solares
e disfarça o tamanho exagerado da peça. A tampa
do porta-malas tem um aerofólio incorporado para aprimorar a aerodinâmica - que, aliás, é melhor que
a do Sonic hatch: Cx de 0,33 e 0,37, respectivamente.

A caixa automática de seis marchas é derivada da que equipa o Cruze, mas com um sistema diferente
de passagem das marchas no modo sequencial - por meio de um botão na alavanca, enquanto que no Cruze as mudanças são feitas deslocando a própria alavanca. Com seis velocidades, o câmbio automático explora
o motor quase tão bem quanto o manual, como provam os números de desempenho e consumo
muito próximos aos dos obtidos pelo hatch.


DIREÇÃO, FREIO
E SUSPENSÃO

Os três sistemas transmitem segurança, mas a direção poderia ter assistência elétrica, item padrão no segmento.


MOTOR E CÂMBIO
O câmbio é preciso, mas uma sexta marcha seria bem-vinda, para aproveitar melhor
o motor e diminuir consumo e ruídos.


CARROCERIA

Do New Fiesta, o Sonic "herdou" o porte, mas éoFordquetemo desenho mais atraente. Com a tampa do porta- malas aberta, é possível notar a pintura fosca, sem acabamento. No sedã, o problema é ainda mais evidente.


VIDA A BORDO

Completo desde a versão LT, o Sonic trata bem os ocupantes. Comandos ficam ao alcance das mãos e é fácil encontrar a melhor posição para dirigir.


SEGURANÇA
O Sonic é destinado, segundo a própria GM, a famílias jovens, o que torna a ausência de apoio de cabeça e cinto de três pontos para quem vai no centro do banco traseiro uma falta relevante. Para compensar, ABS e airbag duplo são de série desde a versão LT.


SEU BOLSO

Se os preços estimados se confirmarem, o Sonic estará alinhado aos rivais. Quando passar a vir do México, os preços praticados devem cair.


VEREDICTO

O Chevrolet Sonic está no mesmo patamar dos rivais Fit e City e New Fiesta hatch e sedã, em desempenho, comportamento dinâmico e, caso se confirmem as projeções das concessionárias, preço. O problema
está no consumo exagerado de combustível, tanto na cidade como na estrada.

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